carta da floripes |
"Estimada Pedra,
Espero que esta carta te vá encontrar boa de saúde. Desculpa
a familiaridade, mas já te considero como família.
Estou-te a escrever esta carta porque só tu me podes ajudar.
És a mais informada de Olhão!
Então lá vai! Estava eu no meu posto de trabalho quando ouvi,
na esplanada ao lado, duas comadres (sabes Pedra, mesmo sem querer sou obrigada
a ouvir muitas conversas) a conversar. O tema da conversa era o Hino de Olhão.
Sabes Pedra, parece que o nosso presidente quis adaptar o Hino de Olhão à nova
alma olhanense, ou seja, um hino mais erudito (se a cavala já é gourmet porque
não o hino!). Imediatamente procurou a pessoa certa para esta tarefa. Como,
nestas coisas, devemos ajudar os amigos (nunca sabemos o dia de amanhã), o escolhido
foi um camarada que deixou o sindicalismo para se dedicar à música. Olha Pedra,
acho que o camarada escolhido foi padrinho político do Chico (convém manter
tudo em família)! Parece que o esforço do camarada foi recompensado com
18.000 euros. O nosso presidente gostou tanto da obra que a fechou numa
gaveta a sete chaves e não a mostrou a ninguém.
Pedra, conhecendo a tua capacidade de influência, poderias
pedir ao nosso presidente que divulgue essa obra erudita? Por outro lado não
nos podemos esquecer que todos nós contribuímos com 18.000 euros.
Sem outro assunto, despeço-me com elevada estima.
Desta Comadre Floripes."