podem escutar-me? |
Caro presidente:
Terminado o período eleitoral do qual saíste amplamente vencedor, abre-se um novo ciclo político no
nosso concelho, o qual, trazendo consigo uma mudança, esperemos que também
traga os patamares necessários para uma outra mudança.
Os
sinais, no entanto, são contraditórios e só o tempo os irá definir.
Por
um lado recebe uma maioria legitimada no voto popular na câmara e na assembleia,
por outro lado herda uma oposição esfrangalhada e sem rumo.
Sim,
o PSD agora esfumou-se de vez, aguardando por melhores dias, mas com 1
vereador e 2 membros na AM é meramente decorativo.
No que o PSD Olhão se transformou |
Sim,
o BE vai passar a ser irrelevante, perdendo o vereador, logo, a fonte informativa
que alimentava o Bloco e algum blogue.
Sim,
o PCP sem Josué e Sebastião é como uma feira sem carrossel, embora nos pareça
que a cabeça de lista para a Assembleia tem tudo para dar certo.
Sim,
o CDS tem um membro na AM, mas a concelhia não existe e vão ser mais 4 anos de pasmaceira.
Sim, sobra Luciano e os seus acólitos, que passam a ser a maior força de oposição (teórica) no
concelho. Mas que oposição? Não sabemos, mas pelo que vimos na campanha não se
aguardam grandes novidades.
A oposição somos nós! |
De
onde menos se espera, caro presidente, daí é que não vem mesmo nada, pelo que é preciso outras soluções, na busca da diversidade de opiniões.
Este
novo ciclo vai exigir mais de quem detém o poder, sobretudo vai exigir-lhe
capacidades de resistir ao que chamamos de “tentação totalitária”. Neste ciclo, presidente, não vai precisar de amigos, mas sim de quem diga, não o que quer ouvir (para
isso tem toda a corte de “amigos”) mas o que precisa de ouvir. Duvido que a oposição faça esse papel. Consegues
resistir à tentação?