Antigamente, muito antigamente, se dizia de alguém que não se arrependia das suas malfeitorias, que não reconhecia ter errado ou cometido algo impróprio ou ilegal que esta pessoa "não tinha vergonha na cara".
Essa frase tinha algum efeito, pois supostamente os assim classificados eram objeto de censura social e passavam a afastar-se dos demais, para não serem reconhecidos e apontados
Mas isso foi no tempo em que os animais falavam.
Anos mais tarde simplesmente passamos a ignorar qualquer vergonha, nossa ou dos outros. Pura e simplesmente desmantelamos qualquer sentido de razoabilidade no trato da coisa pública, ignoramos completamente as fronteiras entre o certo e o errado.
Pois é, deu no que deu: políticos sem vergonha, que não têm vergonha de não terem vergonha na cara..."