quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Taxa turística - E os burros somos nós?

Como nos sentimos na via do infante
O que dizem as nossas “elites” locais acerca da taxa turística?

Um exemplo:

Pedro Lopes | Administrador do grupo Pestana no Algarve
"Pessoalmente sou contra a introdução de qualquer tipo de taxa turística. Porquê? A aplicação de uma taxa deve ter sempre implícito o pagamento da prestação de um serviço público. Ou seja paga-se uma taxa, por exemplo, por atravessar a Ponte 25 de Abril. É o princípio do pagador-utilizador. (…). Hoje as empresas turísticas já pagam um preço por todos os serviços que lhe são prestados: taxa de porta aberta, taxa de esgoto; taxa de lixo; consumos de água; consumos de eletricidade e gás, entre outros. (…) A criação de uma taxa nova, na minha opinião, só se justificaria pela criação de atividades novas que não existem hoje. (…) Para não estarmos a criar mais um imposto «encapotado»."
Bem, bonito discurso e de um raciocínio perfeito. Obviamente que, tecnicamente falando, vai ser um “imposto” encapotado, pois não vão surgir mais atividades novas nem outro tipo de serviços associados ao pagamento dessa taxa.
Mas, deixe-me perguntar, qual foi a sua posição e a do grupo Pestana sobre a implementação desse “imposto encapotado” em Lisboa? Calar e comer, não?
Os lisboetas pensam que somos todos burros, não é?
Considera o grupo Pestana que o turismo do Algarve não pode suportar essa “taxa/imposto”. Além da menoridade a que confina o Algarve e os algarvios, que raio de turistas temos nós por cá?
E os portugueses, cuja sacrossanta constituição prevê, entre inúmeras outras coisas, que são iguais perante a lei (ver art.13º, nº1)? Então um algarvio, alentejano ou beirão quando vai a Lisboa paga 1 euro ao município por cada noite lá dormida (em troca de nada, não é?) e os lisboetas podem vir cá dormir as noites que lhes apetecer sem pagar mais nada? Igualdade uma ova!

Será que, fora de Lisboa, somos todos pacóvios?
 

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