Como nos sentimos na via do infante |
O que dizem as nossas “elites” locais acerca da taxa turística?
Um exemplo:
Pedro Lopes | Administrador do grupo Pestana no Algarve
"Pessoalmente sou
contra a introdução de qualquer tipo de taxa turística. Porquê? A aplicação de
uma taxa deve ter sempre implícito o pagamento da prestação de um serviço
público. Ou seja paga-se uma taxa, por exemplo, por atravessar a Ponte 25 de
Abril. É o princípio do pagador-utilizador. (…). Hoje as empresas turísticas já
pagam um preço por todos os serviços que lhe são prestados: taxa de porta
aberta, taxa de esgoto; taxa de lixo; consumos de água; consumos de eletricidade
e gás, entre outros. (…) A criação de uma taxa nova, na minha opinião, só se
justificaria pela criação de atividades novas que não existem hoje. (…) Para
não estarmos a criar mais um imposto «encapotado»."
Bem, bonito discurso e
de um raciocínio perfeito. Obviamente que, tecnicamente falando, vai ser um “imposto”
encapotado, pois não vão surgir mais atividades novas nem outro tipo de
serviços associados ao pagamento dessa taxa.
Mas, deixe-me
perguntar, qual foi a sua posição e a do grupo Pestana sobre a implementação desse “imposto
encapotado” em Lisboa? Calar e comer, não?
Os lisboetas pensam que somos todos burros, não é? |
Considera o grupo
Pestana que o turismo do Algarve não pode suportar essa “taxa/imposto”. Além da menoridade a que confina o Algarve e os algarvios, que raio de turistas temos nós por cá?
E os portugueses, cuja
sacrossanta constituição prevê, entre inúmeras outras coisas, que são iguais perante a lei (ver art.13º, nº1)? Então um algarvio, alentejano ou beirão quando vai a Lisboa
paga 1 euro ao município por cada noite lá dormida (em troca de nada, não é?)
e os lisboetas podem vir cá dormir as noites que lhes apetecer sem pagar mais
nada? Igualdade uma ova!
Será que, fora de
Lisboa, somos todos pacóvios?